segunda-feira, 3 de maio de 2010

Um delicioso conto de fadas.

E teve medo novamente. Medo de sentir-se só. Toda aquela multidão a assustava. Como se o vento pudesse machucá-la. Mais há algumas horas atrás havia decidido que não iria mais desistir. Que iria continuar, independente de tudo. Mas, o medo de não o fazer voltava a tomar conta, a invadir de um modo brutal. Tomou coragem e o enfrentou.

Ligou para velhos amigos, resolveram encontrar-se. Ela sabia que ele viria. E como numa novela abraçaram-se fortemente. Seu brinco enroscou no cachecol dele, então ela reparou nele como nunca havia feito antes. E naquele encontro de olhares, sentiu seu coração derreter, mais não queria ser notada. Teve medo de se ferir como havia sido na última vez. Porém, não deixou de sorrir. Seria mais oportuno.

E como quem não ligava, virou as costas e saiu a cantarolar uma bela canção tão baixinho que somente seu coração poderia ouvir. Mais sentia-se bem assim. Sentiu-se feliz. Como há muito tempo não havia se sentido.

Depois de dias, sentiu-se incomodada e lembrou-se daquele encontro. Daquela alegria que sabia que nunca mais sentiria. Ele era seu amor de infância. Faziam planos, iam se casar e teriam três filhos. Mais eles cresceram e suas vidas tomaram outros rumos. Ele agora era casado, porém, não era ela a sua princesa. Mais isso não lhe traziam dores, sabia que nunca iria acontecer. E naquela noite, ao encostar sua cabeça ao travesseiro dormiu tão tranquilamente, que quando acordou sentiu-se nova, sentia-se outra.

De manhã saiu para caminhar no parque. Assistia a sua vida e gostava muito do que via. Não se sentia mais tão sozinha. Sabia que tinha amigos, mesmo que fossem poucos. Sabia que poderia contar com eles a qualquer momento. E sentia-se tão feliz por não ter mais medo. Era isso agora um peso nulo em sua consciência.

Parou para descansar e acariciava sossegadamente o pelo de seu cachorro que sempre a acompanhava. Era um belo labrador, já tinha idade estavam juntos há um bom tempo. Mais ele lhe era muito fiel. Eram somente os dois em sua pequena casa. Eram um a família do outro e sentiam-se a família mais feliz do mundo, ela pensava. Ao chegar em casa, tomou seu banho e depois um rápido café. Sua deliciosa rotina a chamava.

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