sábado, 25 de setembro de 2010

O fio sem meada.

A vida é uma metáfora, onde a todo o momento você é usado de exemplo. Eu aprendi a ficar quieta mesmo quando a dor é quase insuportável. Permaneço, malabarizando. Continuo, descontinuadamente disfarçando. É a minha catarse. Eu que costumava ser mais prolixa, perdi o bonde em que as palavras se encontravam. Por agora, desisti de tentar pegá-lo novamente.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

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Não sei dizer o porque, mas existem tantas coisas em minha cabeça que não sou capaz de diferenciar idéias. Só sei lhe dizer que me encontro sentada sempre embaixo daquele ar-condicionado que faz um barulho muito chato. Não é lá que gosto de me ver, ao lado da janela com os olhos muito fixos sempre em um mesmo ponto. Não é assim que gosto de me sentir. Com um incômodo aperto no peito calado, como se um peso morto estivesse sobre meus braços agora e eu mal pudesse movê-los. O pior momento da vida não é aquele em que é necessário tomar decisões e sim, o pós-decisões, afinal é a temida hora certa. Nunca fui boa quando o assunto é "arrumar as horas", sempre fui uma das melhores em estar atrasada, ou até adiantada e agora me sinto um pouco perdida no tempo. Como se esse não fosse o meu. É tempo de vestibular.

Aqueles mesmos olhos fixos, sempre me lembram alguma coisa que não gosto de lembrar. O fato de estar sempre olhando para o mesmo lugar, repetindo sempre as mesmas coisas, só as pessoas que são um pouco diferentes, mas, nem tanto. Como se tivesse voltado a fita à alguns anos atrás. Tendo sempre as mesmas dúvidas, sentindo sempre a mesma angústia, vivendo o mesmo retrato em preto e branco. Já tentei mudar, tantas vezes já consegui, tantas outras não.

Passe o tempo, chovendo ou não a idéia de família é sempre a mesma. Tenho quase certeza de que no fim vou acabar cedendo, mais não me vejo mais tanto tempo sendo cobaia dos sentimentos de alguém. E se você me perguntar se é assim que eu penso, é exatamente isso. É como num teste, se não der certo, que pena. Não consigo ter esse pensamento mais, não me abre esse horizonte. Posso ser infeliz sim, mais não quero mais ser testada por ninguém. Só que ao mesmo tempo, me sinto péssima por não tê-lo comigo quando quero.

Que soe como um desabafo. Confuso e em certas partes até contraditório. Só não quero mais ficar calada.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Road to our shoes

Eu que pensei que faltava rotina, que faltou opção. Nunca foi isso. Sempre foi o excesso que me acovardou. Sempre tive escolhas. Mas, desta vez não é exatamente desta forma. O caminho parece menor, mais estreito. Me obrigo a fazer curvas antes inimagináveis. Porém, não me dá vontade de mudar de caminho. Como se algo estivesse me afetando de tal forma que eu não tenha mais forças para fazer uma nova escolha, como se só uma opção fosse visível. 
E aparentemente é. 

"And I do believe it's true that there roads left in both of our shoes
But if the silence takes you then I hope it takes me too
So Brown Eyes I'll hold you near 
Cause you're the only song I want to hear"
 
"E eu acredito que é verdade, que ainda há estrada para os nossos sapatos
Mas se o silêncio levar você, então espero que me leve também
Então olhos castanhos, eu te seguro perto de mim
Porque você é a única canção que eu quero ouvir"


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Idealização sentimental.

Leia escutando.


Nunca foi difícil para mim controlar ansiedade, porém, nesta noite foi tão diferente. Desde daquele dia em que seu olhar insistiu em encontrar o meu não consigo pensar em nada muito diferente do que as palavras que você disse.
Nunca precisei me esconder muito, mas, se eu não o tivesse feito estaria completamente perdida. Nunca tive tanto medo como tenho agora, é o frio que nunca me pareceu tão quente, comum e assustador. Quase imprevisível.
Quando foi que os sons começaram a falar por mim? Quando foi que que você deixou de me ouvir? Já faz tanto tempo que luto de saudade.


Nunca tive problemas em disfarçar qualquer coisa. Só que você me desmascarou quando insistiu em sorrir para mim. Foi fácil para a minha idealização sentimental saber daquilo que você não disse, aquilo que eu quis acreditar que existia. Talvez se me deixasse te mostrar.


Both a beginning and an end

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Espero

"É difícil respirar sem você
Não,
Ela só quer
Que eu goste,
Algum lugar
De ser má,
E o que ela não
Mas sorrir pra que?
Vá se lembrar
Espero, espero
Já vai longe o tempo"

[Pato Fu]