sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Migrando.

Os tempos mudam e as escolhas também. Ultimamente ando estupidamente desanimada com este (e não só com isto) que era para ser um ótimo projeto. Tratando o blog de forma descontínua e em muitos dias pensando em desistir dele. Por ora, não postarei mais aqui. Estou migrando para o Tumblr. Visite se achar que deve.

www.sweetmeet.tumblr.com

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lembranças de um passado próximo.

Hoje talvez seja um dos melhores dias do meu ano, não só pelas circunstâncias do dia, mas também porque foi hoje que eu parei e diz um "remember". É certo que ainda falta praticamente um mês para que 2010 termine, mas para mim ele já acabou. Acabou porque talvez eu não tenha mais ambições para esse último mês. Mas olhando para trás eu vejo um ano que teve tudo para dar certo, em absolutamente todos os aspectos. Apesar de ter me mostrado conseguir ser muito mais fria do que imaginava na questão sentimental, a primavera trouxe consigo novos ventos, desmoronando toda a fortaleza que eu já tinha construído a minha volta e mostrando para mim um lado que eu jamais veria sozinha.

Um ano cheio de ausências minhas e de novas presenças que mostraram-se de forma surpreendente sua grande importância para que o meu ano fosse perfeito. E lá sempre muito presente, aquela pequena gigante que em muitos momentos (e no principal deles) deu sempre muita força para mim, me aturando talvez em muitos dos meus dias ruins (que não foram poucos) sempre sem falar nada que talvez me afligisse mais. Foi com você amiga, que talvez que tenha passado os melhores e mais engraçados dias deste ano (E deu nó na garganta ao falar de você! E eu te desejo muita, muita sorte mesmo. Sempre!).

E o que seria do meu ano se eu não tivesse sempre comigo uma apostila? Acho que se eu pudesse dizer um lugar em que eu mais fiquei nesse ano foi no Dom Bosco e, eu não seria capaz de dizer que tal investimento foi inútil, porque só eu sei o quão útil foi para mim. Desapontamentos à parte, 2010 foi o ano em que eu consegui me encontrar e ver em mim tudo aquilo que eu não conseguiria levar a diante. Eu consegui fixar o que é meu exatamente onde eu quis e agora eu diria que só faltam dois lugares onde eu gostaria de chegar e ainda não cheguei, mas eu vou lutar por eles e não vou esquecer assim tão fácil.

Enfim, eu gostaria de agradecer a aqueles que deixaram um pouquinho de si em mim e vale ressaltar que as noites mal dormidas, a má alimentação, o nervosismo, a ansiedade e eu não poderia me esquecer é claro, da cerveja gelada no Largo, valeram a pena cada segundo e, eu repetiria muitas coisas se fosse para estar com vocês.

(Texto redigido em 03/12/2010)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Não era um bom jeito de terminar o dia e nem a melhor maneira de começar a noite. Mais foi assim que procedi. Amarrei os tênis, fechei o zíper da blusa, coloquei os fones de ouvidos. E saí. Não sei se vou voltar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Mais uma vez tive um grito abafado. Foi como se tudo tivesse se calado, como se o silêncio me compreende-se e me dissesse que aquele era o meu momento de ficar calada, a sós na minha cabeça. Que dentro de mim qualquer fio de esperança apagava-se naquele momento. As minhas mãos e pernas tremiam como se eu fosse um terremoto, meus olhos procuravam incansavelmente por algo que eu não tinha mais chance de achar. Eu não sei o que fazer, eu não sei como devo fazer. Tudo tem o seu tempo? Certo.. eu só cansei de esperar.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

brecha

...eu sempre acho que você será capaz de resolver aquilo que eu deixei pendente. Você pode pelo menos não bater a porta? Eu amo os seus tênis.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Memorian Immemoratus

Eu saí da cama, deixei teu lado arrumado
Eu saí do quarto, deixei a luz acesa
Eu saí da cozinha, deixei tua xícara na mesa
Eu saí de casa, deixei a chave na porta

Não foi a esperança de te ver voltando que me fez deixar o que era teu na forma que você mais gostava. Foi a memória que não me deixa lembrar o momento em que você tenha partido. Eu sequer consigo lembrar se você viveu comigo. Se algum dia a memória me recordar esse momento, não posso deixar de anotar.

Outro dia eu abri a janela e junto com o vento forte um pássaro resolveu entrar e vir morar comigo. Ele era tão frágil que tive medo de quebrar seus ossinhos com a força do amor que sentia por ele. Mas ele era tão especial que eu tinha medo de magoá-lo, de ferir seu coração tão pequenino. Quando ele acordava de mau-humor nem sequer olhava nos meus olhos para me dar bom dia, gritava de longe como se eu tivesse cometido um crime. Mal sabia o passarinho que meu crime maior era ter aprisionado aquele que havia nascido para ser livre.

Eu bagunço a cama e  não faço mais questão de arrumá-la
Jamais esqueço qualquer luz acesa agora
Não sei o que aconteceu, mas uma xícara sumiu da minha prateleira
Chaveei a porta e tranquei todas as janelas, 
eu não quero que o passarinho volte.

sábado, 30 de outubro de 2010

Uma gota na tempestade.

Algumas pessoas costumam preocupar-se com aquilo que não lhes diz respeito, questões que para mim já deixaram de ter qualquer tipo de relevância, principalmente no momento. Dar a minha limitada capacidade de prioridades mais um motivo para preocupar-se, dar a minha cabeça mais gente para sufocar. Não é discurso de auto-suficiente e nem discurso chega a ser, são apenas constatações diárias.
Porquê é que eu tenho que ter conceito para tudo? Gosto do fato de ter que aprender. E porque eu sempre tenho que ter brilho nos olhos todas as vezes em que olhar para os lados? Eu posso muito bem estar feliz com uma ou outra dúvida na cabeça. E é realmente assim como estou agora, com algumas preocupações mas, isso não faz de mim menos ou mais feliz, afinal, são as circunstâncias.
Eu que achei que seria difícil viver sozinha, só que foi mais fácil do que pensei. Sem ter que se importar com sentimentos ou ter de agradar uma outra pessoa. Isso não fez de mim forte ou fraca, faz de mim, eu. Com toda essa falta de carinho, grosserias, egoísmos, desatenções (e para alguns imundícies), malícia, angústias, tristezas e muitos receios. Com um sangramento recém-estancado, porém ainda preciso de uma anestesia geral todos os dias para poder começar de novo. E eu não vou parar de tentar, não costumo ser persistente mas, desta vez eu vou até o fim.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mar à vista.

... e quando parando para pensar, meu estômago revira e dá pulos de alegria, de saudade. Como se tivesse sido ontem, mas já se passou tanto tempo. Como se todas as aves quisessem voar para longe e toda a chuva insistisse em cair em cima da minha cabeça.
Uma pequenina luz acesa, sem forças para que possa brilhar mais e então resplandecer.

O que aconteceu à nossa dor? Virou areia, já levada pelo oceano, como todas as outras alegrias. Mas eu vou viajar, até muito longe, que seja até o fim do mundo, para resgatar pelo menos a minha felicidade, meu único receio, é ter de embarcar.

sábado, 25 de setembro de 2010

O fio sem meada.

A vida é uma metáfora, onde a todo o momento você é usado de exemplo. Eu aprendi a ficar quieta mesmo quando a dor é quase insuportável. Permaneço, malabarizando. Continuo, descontinuadamente disfarçando. É a minha catarse. Eu que costumava ser mais prolixa, perdi o bonde em que as palavras se encontravam. Por agora, desisti de tentar pegá-lo novamente.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

.

Não sei dizer o porque, mas existem tantas coisas em minha cabeça que não sou capaz de diferenciar idéias. Só sei lhe dizer que me encontro sentada sempre embaixo daquele ar-condicionado que faz um barulho muito chato. Não é lá que gosto de me ver, ao lado da janela com os olhos muito fixos sempre em um mesmo ponto. Não é assim que gosto de me sentir. Com um incômodo aperto no peito calado, como se um peso morto estivesse sobre meus braços agora e eu mal pudesse movê-los. O pior momento da vida não é aquele em que é necessário tomar decisões e sim, o pós-decisões, afinal é a temida hora certa. Nunca fui boa quando o assunto é "arrumar as horas", sempre fui uma das melhores em estar atrasada, ou até adiantada e agora me sinto um pouco perdida no tempo. Como se esse não fosse o meu. É tempo de vestibular.

Aqueles mesmos olhos fixos, sempre me lembram alguma coisa que não gosto de lembrar. O fato de estar sempre olhando para o mesmo lugar, repetindo sempre as mesmas coisas, só as pessoas que são um pouco diferentes, mas, nem tanto. Como se tivesse voltado a fita à alguns anos atrás. Tendo sempre as mesmas dúvidas, sentindo sempre a mesma angústia, vivendo o mesmo retrato em preto e branco. Já tentei mudar, tantas vezes já consegui, tantas outras não.

Passe o tempo, chovendo ou não a idéia de família é sempre a mesma. Tenho quase certeza de que no fim vou acabar cedendo, mais não me vejo mais tanto tempo sendo cobaia dos sentimentos de alguém. E se você me perguntar se é assim que eu penso, é exatamente isso. É como num teste, se não der certo, que pena. Não consigo ter esse pensamento mais, não me abre esse horizonte. Posso ser infeliz sim, mais não quero mais ser testada por ninguém. Só que ao mesmo tempo, me sinto péssima por não tê-lo comigo quando quero.

Que soe como um desabafo. Confuso e em certas partes até contraditório. Só não quero mais ficar calada.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Road to our shoes

Eu que pensei que faltava rotina, que faltou opção. Nunca foi isso. Sempre foi o excesso que me acovardou. Sempre tive escolhas. Mas, desta vez não é exatamente desta forma. O caminho parece menor, mais estreito. Me obrigo a fazer curvas antes inimagináveis. Porém, não me dá vontade de mudar de caminho. Como se algo estivesse me afetando de tal forma que eu não tenha mais forças para fazer uma nova escolha, como se só uma opção fosse visível. 
E aparentemente é. 

"And I do believe it's true that there roads left in both of our shoes
But if the silence takes you then I hope it takes me too
So Brown Eyes I'll hold you near 
Cause you're the only song I want to hear"
 
"E eu acredito que é verdade, que ainda há estrada para os nossos sapatos
Mas se o silêncio levar você, então espero que me leve também
Então olhos castanhos, eu te seguro perto de mim
Porque você é a única canção que eu quero ouvir"


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Idealização sentimental.

Leia escutando.


Nunca foi difícil para mim controlar ansiedade, porém, nesta noite foi tão diferente. Desde daquele dia em que seu olhar insistiu em encontrar o meu não consigo pensar em nada muito diferente do que as palavras que você disse.
Nunca precisei me esconder muito, mas, se eu não o tivesse feito estaria completamente perdida. Nunca tive tanto medo como tenho agora, é o frio que nunca me pareceu tão quente, comum e assustador. Quase imprevisível.
Quando foi que os sons começaram a falar por mim? Quando foi que que você deixou de me ouvir? Já faz tanto tempo que luto de saudade.


Nunca tive problemas em disfarçar qualquer coisa. Só que você me desmascarou quando insistiu em sorrir para mim. Foi fácil para a minha idealização sentimental saber daquilo que você não disse, aquilo que eu quis acreditar que existia. Talvez se me deixasse te mostrar.


Both a beginning and an end

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Espero

"É difícil respirar sem você
Não,
Ela só quer
Que eu goste,
Algum lugar
De ser má,
E o que ela não
Mas sorrir pra que?
Vá se lembrar
Espero, espero
Já vai longe o tempo"

[Pato Fu]

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Não.

Não tenho nervos de aço, não sou paciente, não gosto de esperar.
Não sei definir, não sei limitar, não sei expandir.
Não sei falar em público, não sei explicar, não sei não falar.
Não sei perdoar, não sei guardar rancor, não sei gostar.
Não sou mandona, não sou boba, não sou infeliz.
Não tenho medo, não tenho ansiedade, não tenho coragem.
Não sei viver sob pressão, não sei ser altruísta, não gosto de dividir.
Não sou exemplar, não sou cartesiana, não sou rotineira.
Não sou amante, não tenho controle, não tenho direção.
Não sou fácil, não sou melhor amiga, não sou incompreensível.
Não confio, não sinto, não gosto.
Não sou metódica.


Me disse do que gostava, que cor de cabelo preferia
Me encaixou no seu perfil e ali entrei, perfeitamente,
Discretamente, ilusoriamente.
Ele pensou que eu vivia em um manicômio
Porém, você nunca entendeu que toda essa loucura
Você causava.
Ele pensou perder-me, eu tive certeza.


"Acho que nem sei quem sou, só sei do que não gosto"

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Pequenas preferências

Sou dúvida, interrogação. Exigo demais, quero demais, forço demais. Quero ter amigos, mais não consigo cativá-los. Quero um amor, mais não consigo amá-lo. Faço de mim cartel de sentimentos, que tudo seja igual e que tenha o mesmo valor. Não faço mais questão de sentir dor, de sentir algo já quase sem sabor.

Quero novas sensações, provar daquilo que parece insensato saber daquilo que foi dito doloroso sentir se realmente há dor. Prefiro dormir até tarde, prefiro demorar nos meus atos, prefiro o incerto, o duvidoso. Prefiro gente que pense e aja como eu. Friamente bem pensado.


E no fim do dia, terminar intocado. Como se nada tivesse se passado.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Miopia Progressiva

"... - e, como numa quadrilha de dança de filme de faroeste, cada um teria de algum modo trocado de par e lugar. Em suma, eles se entendiam, os membros de sua família; e entendiam-se à sua custa. Fora de se entenderem à sua custa, desentendiam-se permanentemente, mas como nova forma de dançar quadrilha: mesmo quando se desentendiam, sentia que eles estavam submissos às regras de um jogo, como se tivessem concordado em se desentenderem.
[...]
    Por estranho que parecesse, foi exatamente por intermédio desse estado de permanente incerteza e por intermédio de prematura aceitação de que a a chave não está com ninguém - foi através disso tudo que ele foi crescendo normalmente, e vivendo em serena curiosidade. Paciente e curioso. Um pouco nervoso, diziam, referindo-se ao tique dos óculos. Mas "nervoso" era o nome que a família estava dando à instabilidade de julgamento da própria família. Outro nome que a instabilidade dos adultos lhe dava era o de "bem comportado", de "dócil". Dando assim um nome não ao que ele era, mas à necessidade variável dos momentos.
   Uma vez ou outra, na sua extraordinária calma de óculos, acontecia dentro dele algo brilhante e um pouco convulsivo como uma inspiração"


Felicidade Clandestina - Clarice Lispector

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Bem-me-quer(o)

Era pouca estrutura em suas muitas certezas ou será que era ao contrário? Quando acordou sentiu-se capaz de firmar seus pés em uma corda bamba. Usava seu português (denominado por amigos como o "politicamente correto") para cumprimentar quem cruzava seu caminho, isso lhe surpreendia, não era algo que costumava fazer. Uma onda insegura de certezas rodeava seus pensamentos.

Parecia naquela manhã ter a absoluta certeza de tudo o que iria fazer e o fez com muita segurança. Sabia que precisava de mais dias como esses, em que tudo parecia dar certo, em que seu coração parecia estar certo e não mais quebradiço como na noite passada.

Não procurava ajuda. Hoje não seria necessário. O caso era sempre o mesmo e quase todos os dias resolvidos da mesma forma. Em suas prateleiras não faltavam barras de chocolate. O que antes lhe era angustiante, hoje era rotineiro e tranquilizador. O que machucava seu peito e perturbava seu sono, hoje lhe abria a mente. E a unica saudade que sentia naquele momento era de seu gato que havia fugido.

Encaixava-se nessa história, encaixava-se em sua vida. Nunca soube como e nem quando. só soube da falta que fez.

Pode o tempo passar e você até me odiar, mas, eu só sei bem me querer.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Rosa dos Ventos

Me preocuparia mais com o amor se soubesse que a dor era incessante. Nunca soube amar, compartilhar, sentir, demonstrar. Sempre entre as quatro paredes que me cercaram. A vida parece confortável olhada pelo lado de fora. Quando é vivida apenas pelas extremidades. O medo de se aprofundar em qualquer caso sempre me falou mais alto.

A cada minuto que passava a dor aumentava e diminuia, só o que podia explicar, era que estava confusa, novamente. Até aquela cor de cabelo meio sem graça lhe dava a impressão de alguma coisa estar errada. Não que realmente estivesse. Era apenas uma impressão, pra fazer passar o tempo. Pra poder ver os movimentos circulares dos 'tic-taques' do relógio serem uniformes.

E a cada nova rotação descobria continuar exatamente a mesma. Ainda ouvia os mesmos sons e não pretendia mudar de opinião. Queria continuar acentuando todas as palavras do dicionário na sua forma. Parecia mais divertido. Não queria viver numa progressão aritmética, talvez, união em seus conjuntos. Sabia que em um ponto remoto alguém esperava.
O evolucionismo em sua mente era crescente. Porém, as vezes não passavam de teorias.

"- Eu me preocuparia um pouco menos com tudo isso se fosse você. - alguém lhe dissera
- Eu tento. O problema, é que até agora não consegui."

Precisava naquele momento de um rosa dos ventos. Quem sabe assim, pudesse orientar-se.

sábado, 31 de julho de 2010

Solstícios de solidão

Em pensar que não seguia o conselho que sua amiga lhe dava todas as noites.
Em pensar que deixara sua vida de lado por alguns dias, que esquecia-se dela, de vivê-la.
Em pensar que a insanidade batia a sua porta incessantemente, que seus dias contados eram, que seus amigos lhe deixavam.
Em pensar no passado e presente, temeu pelo futuro.
Em pensar na sua rotina, teve medo de quebrá-la.
Em pensar no sol, teve medo de que ele nunca mais brilhasse.
Em pensar na sua vida, teve medo de vivê-la.
Em pensar no medo, fugiu.
Até o dia em que sua fuga, seria outra vida, outra luta, outro amor.

Depois da fuga, veio o refúgio.
Depois da fuga, seus amigos voltaram.
Depois da fuga, reiventou-se.
Depois da fuga, viveu.
Depois da fuga, não sentiu medo.
Depois da fuga, o sol brilhou.
Depois da fuga, o amor brotou.
Depois da fuga, a solidão nunca mais lhe incomodou.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Da ansiedade ao não.

O que acontecia? Passou a gostar daqueles dias nervosos, toda aquela angústia e ansiedade a deixava com um pouco de esperança. Se sentia tão boba. Temia por essa esperança, não queria que acabasse, mas, não via a hora de colocar um fim em tudo isso.


Ele lhe sorrira, ela desviou o olhar. Não queria dar-lhe a chance de ver em seus olhos o sorriso mais feliz do mundo. Até o dia em que seus olhos se encontrariam e, com um simples "Oi" ela apostaria todas as suas fichas. 


O tempo passava e aquele jogo parecia ter chegado ao fim. Ela acreditava ter perdido. Frustrou-se. Mas, ele nunca deixou de olhar para ela. Nem que fosse no canto dos olhos, seu olhar sempre procurava pelo dela. Ela não sabia e também não entendia o que ele estava pensando naquele momento e nem antes dele.


E, acabou descobrindo que um dia ela quis entendê-lo, ela quis tê-lo. Hoje, já não sabia mais o que queria.


(Texto inspirado em um amor que nunca teve forças para existir.)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O tom

O tom da música, o tom do céu, o tom da flor
O tom da dor, da angústia, da solidão
O tom do riso, da amizade, do amor
O tom das cores, dos sabores e disabores.

O tom da felicidade, da alegria
O tom da companhia, da rima
O tom do dia, dos nossos dias
O tom da vida, da nossa vida.

O tom de tudo, o nosso tom
O tom do abraço, do seu laço, seu calor
O tom da sua blusa
O tom da sua voz.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Será que você vai saber?

Será que você vai reparar na cor do meu cabelo? E o meu perfume, você vai sentir? Vai querer que eu sente ao seu lado, vai caminhar comigo? As minhas dúvidas, você vai querer esclarecer?
Será que eu vou poder confiar em você? Falar pra ti todos os meus medos ou problemas. O meu diário, vou poder ler para você? Te contar alguma coisa que eu jamais diria a qualquer outra pessoa?
Será que você vai conseguir me entender? Ler na minha mente aquilo que eu não disse? Diferenciar tudo o que para mim é importante com aquilo que é necessário? Consegui ver que nunca fui boa com as palavras e saber flexibilizá-las?
Será que você vai me fazer sorrir? Vai saber de tudo o que me agrada e querer fazê-lo? Vai me dar a chance me entristecer com alguma coisa ou outra que me acontecer? Será que nós seremos felizes? E quando estiver chovendo, você vai sorrir pra mim?
Será que você vai me amar? E amanhã ou depois? Você vai sentir a minha falta quando estivermos distantes? Você vai todos os dias querer me abraçar forte? Entender que meu sorriso vale muito mais do que qualquer palavra que eu diga?
Será que nossas vidas vão se cruzar? Será que você vai me ver passar? Será que eu te espero ou vou atrás de você? Quando eu te encontrar, será que você vai saber?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O cansaço da falta

"- E quando eu quiser te abraçar, eu vou poder? - Perguntava, temendo pela resposta.
- Até quando você não quiser. Faça do meu abraço a roupa que você mais gosta de vestir."


Já fazia um tempo. Queria aconchego. Queria sossego.
Mais de uma noite mal dormida. Mais uma promessa quebrada. Pelos caminhos que passava procurava os cacos de seu coração que agora, lutava sozinho. Assustado. Sentia medo da sua projeção que era feita pela luz do sol.

Queria um abraço, forte e acolhedor. Estava cansada de esperar, cansada de não ter pressa, de ser sozinha, de tropeçar em seus próprios pés, cansada de sentir cansaço.

Ver no céu ainda cinzento pela chuva, um sol.
Inovar, modificar, reinventar. Era isso o que queria. Era disso que precisava.

Estava cansada de pensar. Precisava agir.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ever (!)

"Seus olhos... ficam ainda mais lindos combinados com a luz do sol"

Sentiu seu rosto corar, não sabia se lhe sorria em troca ou se escondia-se de vergonha.
Era ele a pessoa mais carinhosa nas últimas semanas. Parecia realmente importar-se com ela e, todos os dias ligava preocupado em saber como havia sido o seu dia, se estava bem e se havia pensado nele. Trazia-lhe flores roubadas, faziam coisas que antes pareciam ser impossíveis para ela, enchia seu dia de abraços. Queria estar com ela, queria fazer seu coração bater aceleradamente. No começo confessou assustar-se, simplismente por não estar acostumada com tal cuidado. Mas, quando acostumada sentia-se terrivelmente ansiosa esperando o telefone tocar.

E ali, sentados sob a luz do sol trocaram pares acumulados de palavras. Queria que aquele momento durasse para sempre. Ele mudou seus conceitos sobre tudo. Fez dela amor, abraços e sorrisos.

E o amor? Sabia que podia permitir-se.
E as cores? Seriam flores, perfumes, sabores.
E o rock? Já tocava na vitrola, era para eles trilha sonora.

sábado, 10 de julho de 2010

Mudanças no andar de cima.

Pelo que os fatos apontavam ela terminaria novamente sozinha. Ligava para isso? Tudo acabaria com ambos magoados. Isso importava? Sim, isso importava para ela. Pela primeira vez teve certeza do que não queria. A história se repetia, nos mesmos passos, pelo mesmo caminho.

As palavras, sempre tão repetidas. Os risos, sempre tão falsos. A única coisa que havia mudado era o seu endereço. E de resto... Nem seu carrocho queria mais ver a sua cara. Seus gostos, sabores, cheiros, tudo parecia ter mudado. Mas, havia mesmo mudado ou, era apenas a impressão que ela tinha? Seus erros, sempre corrigidos pelo Word hoje não eram listados. Suas roupas sempre tão irregulares.

O barulho constante do andar de cima ecoava e, a cada minuto parecia piorar. Até quando toda aquela mudança continuaria? Parecia que já durava semanas. Ao olhar apressadamente o relógio assustou-se ao ver que já passavam das 09:30 hrs. Desceu correndo as escadas, novamente atrasada. Mais uma história sem fim estava por começar.


"Quando foi que você mudou tanto?" - Ele perguntava
"Eu não sei... só sei que não me sinto a mesma há algum tempo" - Respondia docemente.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Um futuro que pode dar certo.

Todas aquelas novas projeções davam a ela um modo nunca visto antes, um ar de confiança, de ser forte. Parecia ter mudado todo o seu futuro sem ter feito nada, sem ter dito uma palavra se quer.

Sua nova rotina iniciava-se a partir daquele dia. Estava contente em poder viver sua vida sem que ninguém batesse em sua porta interrompendo-a. Estava tão cansada de ter que compatilhar aquilo que era só dela, de ter que fechar suas janelas e trancar-se dentro de si. Seus pensamentos queriam sair e ela queria expressá-los. Escolheu por fazê-los.

Não haviam mais promessas em sua vida. Todo aquele 'blábláblá' encerrou-se no momento em que ela decidiu colocar um fim naquilo. Queria paz. Tranquilamente sentou-se em frente a janela e, pela fresta entreaberta da cortina olhava o mundo que corria lá fora. Aqueles eram seus momentos costumeiros de sentir certezas. Pois, tudo parecia estar tão certo para ela. Seu presente, seu futuro. Sem mais confusões.

E acolhia-se em seu mais profundo ser, sabia que lá se encontraria. E lá, pode se encontrar, de uma forma que  ardia, sentia e exalava a inspiração. Perguntava-se de onde vinha toda essa força. Não sabia e isso também parecia não importar mais... Seus pés quentinhos e, seu coração mais ainda.O abraço apertado que sentira falta estava agora, logo ao lado.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um bilhete.

Era uma noite fria.
Porém, seus pés sempre tão gelados, hoje estavam quentes como nunca estiveram antes.
Alguém fazia dela inspiração e poesia naquela noite.

E a conspiração não parava. O vento deixava-a agitada. Não sabia exatamente o que estava acontecendo, quando foi que deixou de aparecer em sua vida? Há quanto tempo havia se mudado? Quem estava no seu lugar?

Suas dúvidas eram desafiadas por outra pessoa. Mas, quem estava desafiando-a? Sem notar, perdia-se em seus pensamentos. A única coisa que se lembrava, era que seus pés estavam quentes. Alguém morava com ela. Mas, como nunca notou ninguém diferente? Tentava em vão lembrar-se de quanto tempo havia desaparecido. Olhava-se no espelho e pensava intensamente, revirava sua mente a procura de respostas.

Voltou pra cama, frustrada. Surpreendeu-se ao ver um bilhete em um cômodo que dizia: "Bom dia meu amor. Que tal almoçarmos juntos hoje? Te espero no seu restaurante favorito ao meio-dia. Eu te amo"
Espantada, sentou-se. O que mais havia perdido? Foi encontrá-lo pra ver. Não surpreendeu-se ao ver qual era o sorriso que lhe esperava, sentado naquele mesmo banco de anos atrás.

Satisfatoriamente, sorriu, abraçou-o e beijou-o como se nunca o tivesse feito e lhe disse com um sorriso no rosto: "Senti sua falta e também te amo".

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Sobre seu sorriso e suas listras.

Abriu seu guarda-roupas, pegou a primeira blusa que viu e vestiu-se rapidamente. E quando deparou-se em frente ao espelho, vestia exatamente sua blusa listrada favorita. Todos achavam ela esquisita, suas roupas, sempre tão escuras, listradas ou um bonito xadrez, só que naquele dia sentia-se tão bem, pouco importava. Seu sorriso, sempre tão escondido, hoje estava radiante.

Julho estava apenas começando. Já ouviam-se rumores, ela nunca os confirmava, apenas, balançando a cabeça dizia que não. Mal sabia que do outro lado da cidade um sorriso também havia mudado. Não combinavam em nada, mais ela não ligava mais para isso.

Seria o acaso ou ela realmente havia percebido a blusa que tinha pego? Não sabia, era a sua preferida. Sorria, o tempo passava devagar quando ela conseguia sorrir.

sábado, 26 de junho de 2010

A dúvida, a esperança e a solução

Pintou seus cabelos, sua unhas e pintava mais os olhos. Sua vida havia mudado fazia algum tempo. Sentia-se tão bem com novas situações. Seu coração estava tão limpo, só sua mente, estava exausta dentro dela, tantas decisões por serem tomadas, tantas dúvidas pairavam sobre sua cabeça. A dor da dúvida era ainda pior que a da saudade, que a da solidão. Estava tão cansada de tudo. Das pessoas, da rotina, da saudade, das dúvidas e da solidão. Queria fazer do seu sorriso uma verdade, sem mais rodeios. Queria uma inspiração, já não tinha mais a quem correr. Seus versos tão mudos, calados já não tinham um destinatário. E, apesar de toda essa solidão, sentia-se feliz, tinha esperança. Sabia que tudo de alguma forma acabaria bem e já sentia ares positivos e que suas dúvidas logo se resolveriam. Seus olhos era felizes novamente, eles conseguiam sorrir.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Comfortable

"I just remembered that time at the market
Snuck up behind me and jumped on my shopping cart
And rolled down aisle five
You looked behind you to smile back at me
Crashed into a rack full of magazines
They asked us if we could leave

I can't remember what went wrong last september
Though I'm sure you'd remind me if you had to

Our love was comfortable and so broken in

I sleep with this new girl I'm still getting used to
My friends all approve,
Say "she's gonna be good for you"
They throw me high fives
She says the bible is all that she reads
And prefers that I not use profanity
Your mouth was so dirty

Life of the party and she swears that she's artsy
But you could distinguish Miles from Coltrane

Our love was comfortable and so broken in
She's perfect
So flawless
Or so they say

She thinks I can't see the smile that she's faking
And poses for pictures that aren't being taken
I loved you
Grey sweatpants
No makeup
So perfect

Our love was comfortable and so broken in
She's perfect
So flawless
I'm not impressed
No, I want you back, back.

No, no, no, no I want you back.
Want you back.
Back.

That you were my first love
Is just dumb love.
A technicality.
You were ahead of me.

That you were my first love.
Is just dumb, dumb, stupid love.
A technicality.
You will always be ahead of me.
Oh, oh, tell me.
Why i have to practice on you.
Why i have to practice on your heart.
Oh."

Fica aqui a dica de tradução.
E aqui a dica para ouvi-la.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Ele dizia ter sonhos ruins. Ela dizia que não era necessário temer. Queria deixar o tempo aproximá-los pelo âmago da saudade. Esperava. Só pedia calma, o tempo que se esvai por entre os dedos não é perdido. Só pedia tempo, a saudade dava a ela um sorriso incomum, pouco compreendido, porém, feliz.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Maybe it's true ...

I remember laughing looking upon your face
the way you roll your eyes, the way you taste
you make it hard for breathing
Cuz when I close my eyes I drift away
I think of you and everything's ok
I'm finally now believing


Maybe it's true that I can't live without you
Maybe two is better than one
There's so much time to figure out the rest of my life
And you've already got me coming undone
And I'm thinking two is better than one
 

Escute ;)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pra não dizer que não falei de amor.

Deixa eu fazer de nós um sossego
Os nós vamos desatá-los juntos
Quero deitar no teu colo
Dormir ao som da tua voz
Que canta pra mim.
Deixa eu trazer a coberta
Os meus braços ainda não cansaram
Quero ver o tempo passar vagarosamente
Aproveitar cada segundo
E ver você sorrir pra mim.
Deixa a nossa pressa se acalmar
Os nossos dias transbordarem
Quero fazer de mim, teu coração
Sentir a brisa da tua respiração
Que soa pra mim, como melodia de paixão.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Foi só um sonho.

Naquela noite um sonho estranho e horrível passou em sua mente. O sonho era tão ruim que ela se recusava a acordar, sabia que nunca passaria de um sonho e, quando acordou, uma lágrima percorria suas rosadas faces, ele fazia mal ao coração inquieto dela. Mas, era tudo tão real, queria poder dizer que era verdade.
Pela manhã, só queria um abraço, um sorriso ou um beijo. Queria sentir-se importante, nada disso aconteceu. Sabia que um dia ruim estava por começar, queria ter forças para seguir, só que aquelas imagens voltavam a sua mente.
Tudo o que desejava naquele dia parecia ser impossível e a única possibilidade que ela via, era que nada daria certo.

Aquele sonho, ela não queria mais ter. Seu coração palpitava e não havia ninguém por perto que pudesse acalmá-lo, ela só queria colo e um chocolate quente. O inverno já dava os seus primeiros sinais.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um Presente do Destino

... O som emanava da pedra.
A pedra não lhe tinha dado nada além de frustração e raiva e, agora, nem o deixava dormir! Ela ignorou seu olhar furioso e ficou imóvel, piando ocasionalmente. Depois, soltou um chiado muito alto e ficou em silêncio. Eragon guardou-a cuidadosamente e voltou para debaixo dos lençóis. Fosse qual fosse o segredo que a pedra guardava, teria de esperar até a manhã seguinte.
A lua brilhava através da janela quando ele acordou de novo. A pedra estava se chacoalhando rapidamente na prateleira, batendo contra a parede. Estava banhada pela fria luz do luar, que deixou sua superfície esbranquiçada. Eragon pulou da cama, faca na mão. Os movimentos pararam, mas ele continuou tenso. Depois, a pedra começou a chiar e a chacoalhar mais rápido do que nunca.
Reclamando, começou a se vestir. Não queria saber o valor que a pedra poderia ter, ele ia levá-la para longe e enterrá-la. A pedra parou de chacoalhar e ficou quieta. Tremulou, depois rolou para a frente e
caiu no chão, produzindo um baque seco. Ele afastou-se em direção à porta, assustado, pois a pedra rolava na sua direção.
De repente uma rachadura apareceu na pedra. Mais outra e outra. Petrificado, Eragon inclinou-se para a frente, ainda segurando a faca. No topo da pedra, onde todas as rachaduras se encontravam, um
pequeno pedaço se mexeu, como se estivesse se equilibrando em cima de alguma coisa, em seguida se ergueu e caiu no chão. Depois de outra série de chiados, uma pequena cabeça escura saiu pelo buraco, seguida de um estranho corpo distorcido. Eragon agarrou a faca com mais força e segurou-a imóvel. Logo, a criatura havia saído completamente da pedra. Ela ficou parada por um momento, depois, agitou-se em direção ao luar.
Eragon recuou, chocado. Em pé, na frente dele, lambendo a membrana que o envolvia, estava um dragão.

O Despertar

O dragão não era maior do que seu antebraço, porém era magnífico e nobre. As escamas dele eram
de um azul-safira forte, da mesma cor da pedra. E ele percebeu que não era uma pedra, era um ovo. O
dragão bateu as asas. Eram elas que fizeram-no parecer tão distorcido.

[...]

Eragon moveu-se um pouco, e a cabeça do dragão virou-se depressa. Firmes olhos azul-claros
fixaram-se nele, que continuou imóvel. Aquele bicho poderia ser um inimigo formidável se resolvesse atacar.
O dragão perdeu o interesse por Eragon e, desajeitado, explorou o quarto, gritando quando batia em
uma parede ou em um móvel. Com um bater das asas, pulou em cima da cama e engatinhou até o
travesseiro, chiando. A boca estava aberta de modo piedoso, como a de um pássaro jovem, exibindo
carreiras de dentes pontudos. Eragon sentou-se cuidadosamente na beira da cama. O dragão cheirou a mão
dele e mordiscou sua manga. Ele puxou o braço para trás.
Um sorriso tomou os lábios de Eragon enquanto olhava para a pequena criatura. Hesitante, esticou o
braço e, com a mão direita, tocou o flanco do animal. Uma explosão de energia gelada entrou pela mão dele
e correu pelo braço, queimando-lhe as veias como fogo líquido. Caiu para trás dando um forte grito. Um
barulho metálico encheu seus ouvidos, e ele ouviu um silencioso grito de fúria. Todas as partes de seu corpo
queimavam de dor. Fez força para se mover, mas não conseguiu. Depois do que pareceram ser horas, o
calor voltou aos seus membros, deixando-os formigantes. Tremendo incontrolavelmente, fez força e pôs-se
de pé. Sua mão estava dormente, e seus dedos, paralisados. Assustado, ele observava o meio da palma de
sua mão brilhar e formar um desenho oval branco e difuso. A pele coçava e queimava como em uma mordida
de aranha. Seu coração batia freneticamente.
Eragon piscou, tentando entender o que havia acontecido. Algo tocava sua consciência como um
dedo passando em cima da pele. Sentiu novamente, mas, desta vez, tomou a forma de uma corrente de
pensamentos, pela qual ele sentia uma curiosidade crescente.

Eragon - Christopher Paolini

sábado, 5 de junho de 2010

A Sunday Smile

De tudo o que já quis e tudo o que já vi, tenho uma memória que ainda é viva. Sinto-me feliz por tê-la, mais ao mesmo tempo angustiada. Mesmo depois de tanto tempo, aos domingos nossos sorrisos são mais felizes, distantes, cínicos, constantes. Nossa pressa é a calma, nossa calma de não ter pressa. Minhas noites são mais felizes, meus dias tão plácidos. Minha vida, inconstante. Sobre tudo o que sei e o que soube, não faço mais questão. Hoje tanto faz.

"All I want is the best for our lives my dear,
and you know my wishes are sincere.
Whats to say for the days I cannot bare.

A Sunday smile you wore it for a while.
A Sunday mile we paused and sang.
A Sunday smile you wore it for a while.
A Sunday mile we paused and sang.
A Sunday smile and we felt true. (and)

We burnt to the ground
left a view to admire
with buildings inside church of white.
We burnt to the ground left a grave to admire.
And as we reach for the sky, reach the church of white.

A Sunday smile you wore it for a while.
A Sunday mile we paused and sang.
A Sunday smile you wore it for a while.
A Sunday mile we paused and sang.
A Sunday smile and we felt true. (and)"

A Sunday Smile - Beirut

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sobre o tempo e a felicidade.

Queria poder compartilhar todo aquele sentimento e gritar ao vento o nome dele. Via as imagens do futuro e gostava daquilo que estava vendo. O tempo não havia afastado ela. Todos os dias ao sorrir lembrava-se de suas promessas, queria poder cumpri-las. Ela só queria colo e coberta e ele queria aquecê-la. Assim faziam, todos os dias como se fosse um novo começo. Estava tão feliz, compartilhava todos os dias um brilho diferente, um novo sol e se ele não aparecesse ela sabia que era inveja. Porque até o sol em sua grandeza teria inveja? É simples, eles eram felizes. O frio que em sua cama antes morava, já não existia mais, suas cobertas eram novamente quentes. Seu braço e seu abraço faziam dela uma criança, que no fim, só queria colo.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Dois sorrisos e quantas palavras?

O ponteiro chegava às 4 a.m. e ainda não conseguira dormir. Sentia algo diferente há algum tempo e excepcionalmente hoje teve medo de ficar sozinha, quis ter alguém ao seu lado, precisava de alguém.

Não sabia mais o que dizer e até o vento deixava-a sem graça, a noite estava fria e suas cobertas já não eram capazes de lhe aquecer. Depois de algumas noite juntas, até a lua parecia ter esquecido-se dela e toda essa solidão a fazia pensar. Pensava em quantos verbos ou simples palavras precisaria para se convencer das coisas que rondavam seus pensamentos . Queria ficar longe e tinha a chance de fazê-lo por quatro anos, porém, não se sentia capaz de fazê-lo. Sabia que sentiria falta de algumas coisas.

Não gostava muito de confusões, mais havia uma que chamava-lhe a atenção. Tinha tanto medo de perder a razão, mas, temia principalmente por perder aquele sorriso e sentia que aos poucos já estava o perdendo. Mais não sabia de quantas palavras precisaria para recuperá-lo, pensou se meia palavra não seria o suficiente, ou então, quanto tempo levaria. Só esperava que não fosse muito, suas opções estavam acabando, não sabia mais pra onde correr e já conseguia ver que não haveria mais espaços pra fugir.

Não sabia certamente do que tinha medo e nem sabia mais se realmente o tinha, só estava um pouco assustada, as circunstâncias a assustavam constantemente. E apesar de tudo seu coração estava sossegado, só um pouco ansioso.

Olhava para o relógio e já passavam de 4:30 a.m., o sono que demorou tanto para chegar esquentou-lhe o sangue e ela sentia seu coração gritar. Toda aquela situação deixava-a constrangida e tudo o que pensou nesse tempo pareceu sumir em sua mente, aninhou-se em sua cama fria e vazia e finalmente dormiu.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Costa Verde




Se já não fosse tarde, eu volta lá
Ia tentar dizer o que esqucei
E apesar de tudo, não é novidade
Enquanto o tempo passa eu espero que
Um dia a gente suba no altar

Pra seguir os nossos trilhos
Ser feliz, ter vários filhos
Um quintal com mini-ramp
E umas plantinhas pra cuidar.

Vamos pra ilha grande em julho
Correr e esquecer de tudo
Ver um mundo mais azul
Pelados na praia do sul.

Me dê a mão, e vamos por aí
Não pense em nada agora
Que já passou da hora
Eu quero tanto te fazer sorrir

Mesmo que seja tarde, vale acreditar
Viver não é só sorte ou azar
Vou te pegar de jeito e com todo o respeito
Até teu ex vai ter que concordar

Daqui eu já consigo imaginar
Que essa é a nossa história
Tudo tem a sua hora
Eu sei que as coisas boas vão chegar se eu esperar

O mundo às vezes é injusto
O lucro é bem menor que o custo
E mesmo sem nenhum real
Vamos ser felizes no final

Me dê a mão, vamos por aí
Não pense em nada agora
Que já passou da hora
Eu quero tanto te fazer sorrir

Me dê a mão, vamos por aí
Não falta muito agora
Que o sol já foi embora
E o teu sorriso é o que me faz sorrir.

- Forfun -

[Foto do show do Forfun em Curitiba, 23/05/2010]

sábado, 22 de maio de 2010

Ou a luz da lua.

Queria poder compatilhar e hoje ela sabia que tinha alguém para isso. Sabia que seu sorriso seria acolhido. Diferentemente de ontem, ou até mesmo muito antes. De todos os sabores e todas as delícias que já havia provado aquele momento parecia para ela tão único e sentia que se quisesse, poderia até parar o tempo.

Sentia inveja da lua, que via tantos amores. Sabia que o seu não poderia ser compartilhado com ela, queria tanto que isso fosse possível. Mais, hoje a sua alegria era tanta que havia até se esquecido disso. Tinha tido outro daqueles sonhos e queria poder gritar para todos que estava prestes a acontecer, só que não poderia.

Sentou-se na janela, ficou a olhar o tempo passar. Viu o nascente e não muito tempo depois o poente. O tempo passava tão rápido para ela, queria poder aproveitá-lo melhor, só não tinha tempo para isso. Achou seu velho diário, decidiu que voltaria a escrever nele de hoje em diante. Depois de algumas horas sentada ali, via o sol dando seu bom dia ao hemisfério sul, haveria ela ficado durante um dia sentada ou estava sonhando? Não sentiu sono e nem cansada. Seu sonho acordava, queria a ele dar bom dia, era ele realidade? Sabia que era e sentiu-se a pessoa mais feliz do mundo e quando a noite chegou, contou para a lua que não precisava se esconder dela.

E aqueles braços que hoje a abraçavam pareciam querer abraçar o mundo só para estar ao lado dela e ela carinhosamente aninhava-se no abraço, no perfume, naquele momento, via seu sonho se realizar todos os dias.

domingo, 16 de maio de 2010

Dois terços de loucura

Ideias antes inimaginaveis antes para ela, agora lhe pareciam possíveis.
"Não quero mais pensar tanto", dizia ela.
"Você deveria fazer algumas loucuras" ele respondia.

Logo ela que sempre teve tanto medo, desta vez não quis ter. Quis conhecer o que sempre lhe pareceu impossível, provar do que aprendeu ser probibido, queria ousar, ela quis sentir. Mas, o que sentia? Não sentia mais dores, suas magoas estavam curadas. Sentia ela sozinha ou haveria alguém junto dela? Lançou a pergunta aos quatro ventos e quem sabe obteria uma resposta.

Ligou o toca-discos colocando o seu favorito, pegou um bom livro e olhou pela janela. Chovia forte. Pensou em mil hipóteses. Deixou o livro de lado e começou a escrever. Escreveu tudo o que sentiu vontade. Falou sobre cores e sabores. Sobre seu dia, sobre o que lhe fazia rir. Sabia que chegaria ao destino certo.

Lembrou-se que não pode cometer qualquer loucura e pediu para ser avisada quando toda aquela confusão terminasse. Ela sabia de cada detalhe daquela história e de toda a confusão que não queria causar. Não queria fazer da sua brisa um furacão.

Mais sabia o que queria. Achou que deveria estar tudo errado, pensou no seu mundo de cabeça para baixo, mas, ela não achava isso. Não estava tão confusa. Ela conseguia compreender e sabia o porque de tudo isso. Não estava sentindo medo, não naquele momento. Teve a curiosidade de perguntar como seria, achou melhor não. Ele diria que ela estava se contradizendo, adorava dizer isso a ela.

E tentou todos os dias um jeito diferente de sorrir. E sentia que conseguia. Tinha uma promessa, não queria quebrá-la. Não sabia mais o que estava certo e o que era o errado.

sábado, 15 de maio de 2010

Sua pressa e sua prece.

É estranho, mais sei que alguém irá entender. Penso as vezes nas pessoas anônimas que resolvem aparecer. Nas aleatórias (principalmente nelas). Penso também em minhas mil e uma fases. Queria poder me fazer entender nesse momento. Quero poder ouvir uma musica ou ver um filme e me identificar com o personagem principal. Quero ser minha dor, minha alegria. Ser um sorriso, uma gota de chuva, quero entender o que é complexo e ver o que é simples. Quero saber dos porques. Quero ir além, quero me imaginar. Fazer de mim um oceano de possibilidades. Quero ver a vida nova que vou montar pra mim. Quero fazer tudo e o tudo é o nada. Ando sem pressa, pois quando a tive, ela não me levou a lugar algum. Não sei quem poderia me roubar essa estranha felicidade que tem me invadido. Quantas letras ou quantos filmes. E que dia pode acontecer. Não quero pensar, quero apenas viver.

domingo, 9 de maio de 2010

1 - Uma foto sua de que goste:

2 - Dedicar a 7 amigos (isso é muita coisa) para que respondam também:
não tenho amigos :( [que não tenham feito! hahaha]

3 - Fazer um pedido POSSÍVEL pra anjos da guarda pra amanhã:
Não precisa ser pra amanhã, mais um pouco de apoio não seria má idéia.

4 - 7 Filmes que eu veria de novo:
- Tristão e Isolda
- Se beber não case
- Piratas do Caribe [todos]
- Os sem floresta
- 10 coisas que eu odeio em você
- Inimigos Públicos
- O Diario de Bridget Jones

5 - 7 Desejos:
- Passar no vestibular
- Arrumar um emprego
- Ir para Nárnia [é o sonho de todos, eu sei!]
- Ir para a Austrália
- Rodar o mundo sem pressa
- Ir na FARM [loja cara de roupas legais] e fazer a festa *-*
- Ter minha própria livraria seria bacana!

6 - 7 Coisas que faço bem feitas [sério mesmo? ;~ ]
- Cantar
- Enganar a Marí [hahahah]
- Ler
- Física [vale isso?] ;)
- Dormir
aaacaaabou ;)

7 - 7 Coisas que não sei fazer
- Dirigir
- Desenhar
- Fingir
- Ter muita paciência
- Ficar brava por muito tempo
- Ser pró-ativa
- Tocar um instrumento [frustração total (n)]
8 - 7 Coisas que me atraem:
- Inteligência
- Música
- Certas amizades
- Certos lugares
- Certos perfumes
- Certos livros
- Cama e coberta [pura atração!]
9 - 7 coisas das quais me arrependo:
- De ouvir quieta certas coisas
- De não ter ido a lugares
- De não ter feito a minha vontade certas vezes
- De nunca ter comido manjar turco
- De ter feito burrices, enfim.
10 - 7 coisas que eu diria para alguém:
- é...
- meu, é tenso!
- é a unica cara que eu tenho
- será que chove?
- quer um abraço?
- quase morro de saudade
- oi, meu nome é Mayara!
aaai, essa irmãzinha!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Um delicioso conto de fadas.

E teve medo novamente. Medo de sentir-se só. Toda aquela multidão a assustava. Como se o vento pudesse machucá-la. Mais há algumas horas atrás havia decidido que não iria mais desistir. Que iria continuar, independente de tudo. Mas, o medo de não o fazer voltava a tomar conta, a invadir de um modo brutal. Tomou coragem e o enfrentou.

Ligou para velhos amigos, resolveram encontrar-se. Ela sabia que ele viria. E como numa novela abraçaram-se fortemente. Seu brinco enroscou no cachecol dele, então ela reparou nele como nunca havia feito antes. E naquele encontro de olhares, sentiu seu coração derreter, mais não queria ser notada. Teve medo de se ferir como havia sido na última vez. Porém, não deixou de sorrir. Seria mais oportuno.

E como quem não ligava, virou as costas e saiu a cantarolar uma bela canção tão baixinho que somente seu coração poderia ouvir. Mais sentia-se bem assim. Sentiu-se feliz. Como há muito tempo não havia se sentido.

Depois de dias, sentiu-se incomodada e lembrou-se daquele encontro. Daquela alegria que sabia que nunca mais sentiria. Ele era seu amor de infância. Faziam planos, iam se casar e teriam três filhos. Mais eles cresceram e suas vidas tomaram outros rumos. Ele agora era casado, porém, não era ela a sua princesa. Mais isso não lhe traziam dores, sabia que nunca iria acontecer. E naquela noite, ao encostar sua cabeça ao travesseiro dormiu tão tranquilamente, que quando acordou sentiu-se nova, sentia-se outra.

De manhã saiu para caminhar no parque. Assistia a sua vida e gostava muito do que via. Não se sentia mais tão sozinha. Sabia que tinha amigos, mesmo que fossem poucos. Sabia que poderia contar com eles a qualquer momento. E sentia-se tão feliz por não ter mais medo. Era isso agora um peso nulo em sua consciência.

Parou para descansar e acariciava sossegadamente o pelo de seu cachorro que sempre a acompanhava. Era um belo labrador, já tinha idade estavam juntos há um bom tempo. Mais ele lhe era muito fiel. Eram somente os dois em sua pequena casa. Eram um a família do outro e sentiam-se a família mais feliz do mundo, ela pensava. Ao chegar em casa, tomou seu banho e depois um rápido café. Sua deliciosa rotina a chamava.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Quando eu crescer...

Em uma semana que não se tem muito o que fazer, pensamentos insistem em incomodar. Tenho pensado muito no futuro, no que será dele. Será que consigo me imaginar daqui a 20 anos, formada, trabalhando? Mais, é isso que tem me incomodado. Formada em quê?

Acredito que a maioria dos jovens na minha idade sabe que essa é uma das piores fases e também, pode ser a melhor. Aquelas milhares de dúvidas, como: "O que eu vou ser quando 'crescer'?". Te trazem milhares de opções, que podem ser trabalhadas cuidadosamente. Mais e se não for aquilo? E se eu quiser desistir?

Eu que há anos atrás queria estar onde estou hoje. Porém, hoje quero estar há anos atrás. Voltar no tempo e me dedicar mais severamente, pra chegar no hoje e saber o que fazer. Estar decidida. Não gosto de ter tantas incertezas quando é este o assunto que se fala. Não gosto de ter que dizer "até agora... estou querendo fazer o curso x", já me deixa aflita só de pensar que posso mudar de idéia.

Hoje, as idéias me parecem ser boas, a profissão perfeita, a faculdade também, mais... e amanhã? O que vou achar de tudo isso? Minha certeza, se tornará incerteza. Minha dúvida, será minha dívida.

Quando eu crescer, quero poder rir de tudo isso com amigos que também tiveram essa dúvida. Não quero levar meu futuro 'na louca' como se diz. Não quero fazer o que vem na cabeça, quero ter certezas, quero coisas concretas. Quero poder agradecer daqui a uns 20 anos por ter feito esta escolha. Ainda tenho tempo. Por mais que seja um curto prazo, posso fazer dele minha decisão... Porque ela pode ser para sempre.


"Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."
Clarice Lispector