quarta-feira, 31 de março de 2010

Andar na areia e sumir.


Me sinto melhor. Sinto que os ares exalam positivamente. Sinto o sol, porém me mantenho impenetrável, com o mesmo vazio. Queria não pensar, mas, enxergo um refúgio, quase intocável. Não sei o que poderia fazer, quem iria entender. Pela primeira vez, quis saber a recíproca.
Sei que meus passos tem sido lentos, mas perdi a pressa. Quis dar intensidade ao meu momento, só que agora enjoei de mim. Sou a bruxa do meu conto de fadas, a ruína do meu castelo. Meu único problema agora é minha própria lentidão, ela me incomoda e muito. Gostaria de ter audácia. Não a tenho. Não sei fingir, porém ainda me falta a coragem. Até inspiração tem me faltado.



"Quem já nadou contra a corrente
Sabe usar o vento a favor
Só o momento é diferente
É a mesma ferramenta que usou

Eu não preciso mais fazer o que você diz
Dei valor ao meu suor
Ninguém decide por mim
Se eu agi errado me perdoe porque eu não quis
Amarrar outro nó
Que prende pra dividir

O que impede de andar pra frente
É a direção que escolheu
Se um abismo separa a gente
Quem fez a escavação não fui eu
Eu sei que gente que tem coragem não finge
Que nada disso aconteceu

Quando eu acordei era fim de tarde
Meu lado claro escureceu
(Um novo sol só de manhã)
Faz envelhecer tendo a mesma idade
De tanto que a alma sofreu
Eu sei que gente que tem coragem não finge"

{Quem tem coragem não finge; Rodox}

sábado, 20 de março de 2010

(!)

Sinto uma brisa gelada da unica janela aberta que ainda resta. Ela me fez sentir que meu rosto ainda está molhado, que uma lágrima ainda não secou, que uma dor não passou. Quero poder sorrir sem ter medos, sem mais receios. Quero poder ter um refúgio, mais ele vai muito além das minhas projeções, não quero pensar nisso. Ancorado debaixo de um guarda-chuva, esperando o tempo melhorar. Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Sol ou chuva


Qual será o tempo amanhã de manhã? Será de um belo sol ou a maior tempestade? Consigo eu manter esta tempestade com um lindo sol brilhando? Por quanto tempo mais o meu sol será ofuscado pela chuva, ou vice-versa. Quanto tempo mais eu consigo aguentar sem interferir na minha meteorologia? Apesar de gostar de ver o arco-íris que é causado, prefiro o tempo instável. Mais e então, pobres medíocres, o que seria deles? Tempestades são mais sinistras, são mais avassaladoras, deixam suas marcas. O sol é tão comum. Chuva me trás um alívio de não estar esquecendo de nada, a falta do calor me faz bem, a umidade. O calor é tão esgotante, cansativo.

Independente do dia, serei sempre a chuva. Sempre fria, sempre gélida. Chega a ser gritante a diferença. O calor me agride, não consigo mais conviver com ele, foi por isso que escolhi ser a tua chuva. Porém, ainda necessito de um pouco de calor para não me tornar uma pedra de gelo. Mas, até que me provem o contrário serei esta.

Não pretendo machucar ninguém com meus dias de granizos, mais geralmente acontece.



I know it’s sad
That the gift we have
We keep it for ourselves
Most of the time
The world is looking
For a love that’s locked up
Inside these four walls
Break the door down and shine

{leeland - wake up}

domingo, 14 de março de 2010

Quem sabe eu não esteja.




Tirei férias. De férias de mim e de meus pensamentos. Não quero fazer misturas com substâncias boas e puras com as compostas, afinal, são vários fatores. Quero ser uma substância pura e concentrada.

Não estar pode ser bom. Você dar um tempo na tua cabeça mesmo com a agenda cheia. Ouvir algumas coisas que não se ouve faz tempo, rever amigos. Mal me sobra tempo para elas. Ando desligada e pensando em coisas diferente, vendo novas hipóteses. Deletando alguns, incluindo outros. Tendo ligar meu caps lock a noite, criando muita força de vontade.

Não estar te faz ver quantas pessoas também não estão pra você. Faz a tua calmaria virar tempestade. Não estar faz você notar uma ignorância ridícula nas pessoas, faz ver o quanto elas disputam lugares irrelevantes.

No sábado eu mal dormi (não vou apresentar culpados, quem é sabe. rs) acordei cedo o vi o dia nascer, vi o dia se desenvolver, vi gente passando mal, vi gente se divertindo, vi gente irritada (era quase imperceptível, mas convenhamos eu percebi), vi um sorriso que me faz falta não ver sempre.

Não estar no amor, na dor, na luta, no choro, no sorriso (seja ele amargo ou sincero) e até na alegria te cria melhor.




"Eu levo um pouco a sério essa coisa de dinossauros e geralmente se as pessoas não gostarem de dinossauros, eu não gosto delas"

sexta-feira, 12 de março de 2010

ímpar

Ir para a aula pode ser divertido, pode ser bom. Mas, ontem não foi, nem um pouco. Alguns carros deveriam ser proibidos de transitar a menos de 100km de nós, infelizmente não são. Nos tornamos suscetíveis a encontros e desencontros. Mas nem todo o encontro nos traz boas experiências ou lembranças. Tive medo o todo o meu sorrir se foi. As lágrimas tentaram vir e eu honestamente não tentei barrá-las, achei que chorar um pouco mais faria bem, mas, não naquele lugar, não ali onde eu estava. Então contive-me antes que elas pudessem ganhar de mim. Mais eu quis sumir. E o que teria acontecido se eu tivesse saído talvez dez minutos mais tarde? É talvez pudesse ter sido bem pior.
Com os livros parte do sentimento foi embora. Mais, então se ela estiver naquela sala, se for realmente ela. Eu deveria felicitá-la ou alertá-la, ou não fazer nada? Ontem quis segui-lá para ver no que dava e percebi que não sirvo para ser detetive!
A minha honestidade me afasta das pessoas, porque ela machuca, e quem sai ferida sou sempre eu. Talvez eu seja uma pessoa ímpar, em todos os sentidos que a palavra pode gerar. Sem maldades.


- Nem todos as lembranças são memoradas para sempre. Nem todos os sentimentos ardem eternamente.

quarta-feira, 10 de março de 2010

"Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar"


Pra você guardei o amor - Ana Cañas e Nando Reis


[Por favor não me pergunte o que está acontecendo, eu não quero responder!]

segunda-feira, 8 de março de 2010

Serenata

"Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça:
que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio,e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo"

Cecília Meireles

sexta-feira, 5 de março de 2010

Por Onde Andei - Nando Reis

"Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei
Errado e eu entendo

As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança

Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada

E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava...

Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância..."


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Procurando uma inspiração!

quarta-feira, 3 de março de 2010

sobre tudo o que nunca foi

sempre tive problemas para lidar com frustações, independente do tamanho dela. mais acho que de todas a maior é sempre aquela que você tem que conviver. A história começou quando eu estava no primeiro ano do segundo grau. Fiz grandes amizades, incluindo a que quero chegar.
Quando eu entrei na sala de aula dei logo de cara com uma velha amiga que já faziam alguns anos que não nos viamos, mais o tempo não teve a capacidade de nos destruir. Como regra, fiz outros amigos, alguns que tenho contatos até agora, porém tem uma em questão que eu gostaria muito de destacar.

Para você virar amigo de alguém, sem alterar seu jeito de ser é algo quase inacreditável, é maravilhoso. Passei a ter uma enorme consideração por tal pessoa. O ano foi passando e o meu carinho e afeto só aumentavam. Então chegou o 'dia da separação', eu passei para o segundo ano, ela novamente, ficou. Mais eu nunca tinha colocado tanta credibilidade no que meu coração queria me falar.

No começo de 2008 nos viamos até que com uma boa frequencia, ela havia passado para o turno da manhã, eu havia permanecido a tarde, junto com outras boas companheiras. E com o passar dos meses, eu comecei a sentir a ausência dela como se fosse algo trivial para minha existência. Chegando o mês de junho todas as minhas saudades e frustações com esta amizade esburacada e totalmente mal resolvida tiveram um fim. Conheci alguém que m jurava a eternidade e todas as estrelas do céu e eu me esqueci quase dela. Porém eu começava a perder todas as outras que ficaram do meu lado por um breve momento, o motivo, elas estavam trocando de turno e quem continuava era eu, eu havia sido deixada para trás. Mas, se um bom namorado é aquele que vai te confortar de todas as tuas perdas, não sei se eu estava com a pessoa certa. Eu fique apenas com cinco meninos totalmente adoráveis e uma menina que agora quase não tenho contato, mais morro de saudades!

Chegou então 2009 e por momentos cheguei até a esquecê-la, eu tinha novamente as minhas duas protegidas e pra mim estava mais do que ótimo estar com elas, que sempre foram a minha realidade. Mais sabe aquele sentimento de 'ainda falta'? Sentia ele, sem poder saciá-lo. Meu namoro começou a declinar, então meu nível caiu, só para poder saciar minha saudade. Não que tenha adiantado. Então em setembro, eu a vi. Ela estava totalmente diferente, físicamente era outra. E me deu um abraço tão apertado e efusivo! O que senti? Falsidade.

Em 2010 o que eu queria era estudar, então eu fui atrás. Então me mariculei no DOM BOSCO e tão inesperadamente, ela está exatamente lá, como a 3 anos atrás, na minha sala. Em situação diferente, faço extensivo, ela teceirão; porém isso não muda, estamos na N1. Mais, como você acha que ela me deu oi? As vezes parece que finge que nem me vê. Me dá um oi frouxo e vira as costas. Será que fui tão insignificante? Certa pessoa me disse, 'nem esquente a cabeça com isso, a gente sabe que ela é assim'. Só que, a garota que eu conheci a 3 anos atrás não era assim.

E no final das contas a minha frustração é, se um dia fui alguém relevante para ela, qual foi o tamanho da minha irrelevância? Sei que ela não vai ler isso, talvez por isso seja mais fácil falar. Queria poder continuar aquilo que alguém interrompeu, mais não vejo isso nela, nunca vai acontecer!