terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Isso é o que o amor faz...

Você me chamou pra dançar aquele dia,
Mas eu nunca sei rodar.
Cada vez que eu girava parecia
Que a minha perna sucumbia de agonia,
Em cada passo que eu dava nessa dança
Ia perdendo a esperança.
Você sacou a minha esquizofrenia
E maneirou na condução.
Toda vez que eu errava cê dizia
Pra eu me soltar porque você me conduzia
Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada
E no final achei tranquilo.

Só sei dançar com você
Isso é o que o amor faz
Só sei dançar com você
Isso é o que o amor faz




Só sei dançar com você - Tiê

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vivant [...]

Meio-dia, meia hora, meia-noite. Já não se importava e pouco ligava para que horas eram ou aonde deveria ir. Ela era só sorrisos e ele mil felicidades. Contava os segundos para aquele último momento de felicidade do dia, queria que aquele sorriso nunca mais acabasse e que da sua memória nunca se dissipassem. Eram felizes juntos e assim eles eram mais. Ele a tirou daquela rotina que ela sempre viu e viveu, ela deu a ele um pouco mais de cor a vida dele. Ele lhe mostrou o quão importante seriam juntos e quão inseparáveis eles poderiam ser. Ela contava as horas para poder desabafar sobre tudo aquilo que lhe angustiou durante o dia. Dizia que era a proximidade da distancia que eles mantinham e a falta de planejamento naquele relacionamento que os manteve tão perto e tão longe. Reconheceu que todas as dores ali eram causadas por ela, por causa daquele seu modo sem jeito, inconstante e inconsequente. Quem sabe ate insensível. Mais ele fez com que ela pudesse sentir de novo, reconheceu aquele sentimento, teve medo, sentiu alegria, sorriu. Como se fosse a primeira vez, mais ainda vivia a mesma historia, sob olhos diferentes. Porém, o amor que ali nasceu era muito mais complexo.
Coloriu. A cor que hoje pintava as paredes era de acordo com a nossa vontade.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Olhos negros

Mal sabia ela que a cor dos olhos nunca mais seria a mesma. Desde a última vez que o encontrou aqueles olhos antes brilhantes, agora eram negros e irreconheciveis como as profundezas do mar. Sentiu saudade da profundeza e da paz que aqueles olhos lhe transmitiam e hoje eram tão vazios. Faltavam-lhe as palavras para descrever aquele rosto que no pequeno relicário parecia tão delicado e hoje estava tão triste. Faltaram palavras para dizer adeus, pois despedir-se nunca foi o suficiente. Mais foi o que fez, virando a pagina e fechando o livro, dando adeus a quem foi. Hoje ela era outra pessoa, mais confiante e decidida sobre tudo. Aqueles olhos negros que tiraram sua confianca nunca mais seriam vistos novamente.