quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Renascer

Foi como abrir os olhos e enxergar a cor do céu novamente. Nasceu de volta em um corpo que nunca foi seu, sendo alguém que nunca quis ser, nunca antes pensou em ser. Sentir saudade da simplicidade dos atos, da leveza e delicadeza que tudo costumava ter. Da nobreza.
Logo foi abraçada pela brisa. Passou dias de frio terríveis na última vez que esteve acordada. Sentiu a luz iluminar seu rosto, reacender sua velha chama, porém a própria já não tinha mais forças para permanecer acesa. Até que um velho homem lhe ofereceu uma pequena e delicada lamparina para que ela pudesse aquecer suas noites. Pendia também sob a mesa uma corda de ouro, um relicário. Não pareceu reconhecer os rostos que ali estavam, guardou-o em uma gaveta, pegou sua lamparina e dirigiu-se ao quarto e deitou-se naquela cama que ainda não era sua.
Prometeu a si mesma que não iria mais voltar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário