Mostrando postagens com marcador pensamentos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pensamentos. Mostrar todas as postagens

sábado, 31 de julho de 2010

Solstícios de solidão

Em pensar que não seguia o conselho que sua amiga lhe dava todas as noites.
Em pensar que deixara sua vida de lado por alguns dias, que esquecia-se dela, de vivê-la.
Em pensar que a insanidade batia a sua porta incessantemente, que seus dias contados eram, que seus amigos lhe deixavam.
Em pensar no passado e presente, temeu pelo futuro.
Em pensar na sua rotina, teve medo de quebrá-la.
Em pensar no sol, teve medo de que ele nunca mais brilhasse.
Em pensar na sua vida, teve medo de vivê-la.
Em pensar no medo, fugiu.
Até o dia em que sua fuga, seria outra vida, outra luta, outro amor.

Depois da fuga, veio o refúgio.
Depois da fuga, seus amigos voltaram.
Depois da fuga, reiventou-se.
Depois da fuga, viveu.
Depois da fuga, não sentiu medo.
Depois da fuga, o sol brilhou.
Depois da fuga, o amor brotou.
Depois da fuga, a solidão nunca mais lhe incomodou.

sábado, 10 de julho de 2010

Mudanças no andar de cima.

Pelo que os fatos apontavam ela terminaria novamente sozinha. Ligava para isso? Tudo acabaria com ambos magoados. Isso importava? Sim, isso importava para ela. Pela primeira vez teve certeza do que não queria. A história se repetia, nos mesmos passos, pelo mesmo caminho.

As palavras, sempre tão repetidas. Os risos, sempre tão falsos. A única coisa que havia mudado era o seu endereço. E de resto... Nem seu carrocho queria mais ver a sua cara. Seus gostos, sabores, cheiros, tudo parecia ter mudado. Mas, havia mesmo mudado ou, era apenas a impressão que ela tinha? Seus erros, sempre corrigidos pelo Word hoje não eram listados. Suas roupas sempre tão irregulares.

O barulho constante do andar de cima ecoava e, a cada minuto parecia piorar. Até quando toda aquela mudança continuaria? Parecia que já durava semanas. Ao olhar apressadamente o relógio assustou-se ao ver que já passavam das 09:30 hrs. Desceu correndo as escadas, novamente atrasada. Mais uma história sem fim estava por começar.


"Quando foi que você mudou tanto?" - Ele perguntava
"Eu não sei... só sei que não me sinto a mesma há algum tempo" - Respondia docemente.